Skoda Scala 1.0 TSI 110 cv Monte Carlo

Sigla especial

TESTE

Por João Ouro 26-07-2022 22:00

Fotos: Gonçalo Martins

Quase como uma série especial, a versão Monte Carlo do Scala (modelo lançado em meados de 2019) integra alguns detalhes mais desportivos e vários equipamentos específicos, sendo possível destacar a pintura exterior metalizada (a vermelho – por 785 €), as jantes em liga leve de 17’’ (Volans – de série, a preto) e os estofos exclusivos Monte Carlo (a preto e cinzento com zonas a vermelho), sendo os bancos dianteiros do tipo Sport com apoios de cabeça integrados por inteiro. Há ainda outros pormenores a destacar, tais como o teto panorâmico em vidro (incluindo cortina automática), siglas específicas nas laterais da carroçaria (à frente), pedais em alumínio, vidros laterais e traseiro escurecidos, volante em pele (com a sigla Monte Carlo inscrita) e inserções decorativas Black Piano no habitáculo. O equipamento de série também engloba o assistente de manutenção de faixa (alerta e correção), sensores de parque atrás, cruise-control com limitador, faróis de nevoeiro LED, monitorização da pressão dos pneus, Front Assist com travagem de urgência e Hill-Hold, entre outros elementos.

O modelo posiciona-se entre as gamas Fabia e Octavia da Skoda, tendo a pretensão de concorrer no segmento C (médio-familiar), disputando o território com Renault Mégane, Peugeot 308 ou VW Golf, por exemplo, até porque as dimensões são parecidas às desses adversários. A plataforma é a MQB A0 do grupo VW, comum à dos Seat Ibiza e VW Polo, mas com a distância entre eixos esticada (2,649 metros) e comprimento total de 4,362 metros. A secção traseira é original, a sugerir um formato coupé devido à inclinação do tejadilho, quase a lembrar uma carrinha, inclusive com a zona do óculo posterior a preto e em contraste. O nome da marca está escrito na base do óculo, na transversal e em maiúsculas. Outro apontamento é a tecnologia LED das óticas, incluindo piscas de funcionamento dinâmico (corrido), tendo a aerodinâmica sido otimizada através de vários detalhes (Cx de 0,29) e permitindo o recurso a jantes em liga de 18’’ ou de 17’’, como é o caso.

O habitáculo é amplo e bem construído, sendo possível destacar a aplicação de forros e tecidos especiais para esta versão Monte Carlo, nomeadamente nos bancos de formato desportivo e na zona envolvente do posto de condução (volante em pele, consola específica e pedais em alumínio). Para o sistema de infotainment, navegação e conetividade existe o recurso a ecrã tátil que está colocado ao centro do tablier.

A distância atrás para as pernas dos ocupantes é ampla até aos encostos da frente, mesmo que o túnel central seja intrusivo e pouco aconselhável para que coabitem três passageiros. O acesso à zona da bagageira é prático e a volumetria atinge elogiáveis 467 litros (1401 litros com os bancos rebatidos), um valor que está acima de quase todos os concorrentes da categoria. Em certos locais há revestimentos e materiais mais ásperos, como é o caso do forro do piso da mala, mas de uma maneira geral a qualidade é a expectável para a classe e a montagem não tem falhas.

A motorização 1.0 TSI de 110 cv (três cilindros, a gasolina) recebe elogios, uma vez que o funcionamento não é nada ruidoso, inclusive com reduzidas vibrações e ressonâncias, sendo bem auxiliada pela transmissão manual de 6 velocidades. O agregado mecânico tem um desempenho linear e progressivo, com ótimas reações a qualquer rotação (red-line às 6100 rpm), pelo que a condução é sempre despachada. Mais do que as boas prestações (ver ficha), essa perceção é explicada pelo temperamento da unidade TSI, a qual nunca se inibe perante os pedidos do condutor. 

A suspensão tem reações um bocadinho mais firmes do que é normal (chassis Sport rebaixado em 15 mm), mas sem afetar o conforto, inclusive com as tais jantes Volans de 17’’, associadas a pneus Nexen NFera 205/50 R17. É possível apontar uma dinâmica que gera confiança a curvar, sem evasivas e fácil de corrigir, coadjuvada por uma assistência precisa da direção. O sistema Drive Select Mode deverá ser tido em conta (modos Normal, Sport, Eco e Individual), afetando a resposta da direção, do motor e da transmissão, mesmo que a transição para a configuração Sport não seja assim tão ríspida e a referida transformação seja ténue. O modo Eco, já se sabe, propõe a possibilidade de registos mais baixos ao nível do consumo, sendo possível contar com intervalos normais de 6,5 a 7 litros por cada 100 km, às vezes menos se se optar por estratégias mais cautelosas. Mas também não é difícil obter valores acima dos 8 litros/100 km numa condução mais intensa ou entusiasta, algo que a mecânica permite e que a própria sigla Monte Carlo não desdenhará.

Perante o preço inicial de 27.219 €, posicionado entre as versões Ambition e Style da gama, acresce ainda o valor do equipamento opcional proposto, nada menos do que a pintura especial metalizada (785 €), o Sport Chassis Control (530 €) e o sistema de navegação Amundsen (1265 €). Por isso, o valor final da unidade testada atinge 29.849 €, agregando também a inerente exclusividade da versão em causa.

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Ficha Técnica

Caracteristicas

SKODA Scala

1.0 TSI 110 cv Monte Carlo

Motor
Arquitetura 3 cilindros em linha
Capacidade 999 cc
Alimentação Injeção direta, turbo
Distribuição 2 a.c.c./12V
Potência 110 cv/5000 rpm
Binário 200 Nm/200-3000 rpm
Transmissão
Tração Dianteira
Caixa de velocidades Manual, 6 velocidades
Chassis
Suspensão F Ind. McPherson
Suspensão T Eixo rígido
Travões F/T Discos/discos
Direção/Diâmetro de viragem Elétrica/10,2 m
Dimensões e Capacidades
Compr./Largura/Altura 4,362/1,793/1,471 m
Distância entre eixos 2,649m
Mala 467 litros
Depósito de combustível 50 litros
Pneus F 205/50 R17
Pneus T 205/50 R17
Peso 1223 kg
Relação peso/potência 11,1 kg/cv
Prestações e consumos oficiais
Vel. máxima 199 km/h
Acel. 0-100 km/h 10,1 s
Consumo médio 5,4 l/100 km
Emissões de CO2 123 g/km
Garantias/Manutenção
Mecânica 3 anos sem limite km
Pintura/Corrosão 3/12 anos
Intervalos entre revisões 30000 km
Imposto de circulação (IUC) 104,14 €

Medições

SKODA

Acelerações
0-50 km/h 3,5 s
0-100 / 130 km/h 10,7 / - s
0-400 / 0-1000 m 17,9 / - s
Recuperações
40-80 km/h 3.ª 5,5 s
60-100 km/h 3.ª/4.ª/5.ª 7,5 s
80-120 km/h 4.ª/5.ª/6.ª 7,7 s
Travagem
100-0/50-0km/h 38,2/9,9 m
Consumos
Consumo médio 7,1 l/100km
Autonomia 704 km

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