A Dacia iniciou uma nova identidade visual que está a ser aplicada em toda a gama, a qual se traduz por um novo logótipo e emblema na grelha dos automóveis da marca. Em Portugal, os modelos encomendados a partir do passado dia 16 de junho adotarão essa alteração e as entregas estão previstas para o final do ano. O Dacia link é o símbolo-chave da nova imagem, posicionado no meio da grelha dianteira e com padrão redesenhado. Mais tarde será introduzida a tonalidade cinzenta Megalite nas barras de tejadilho, na zona inferior dos para-choques (à frente e atrás), assim como nos espelhos retrovisores, inclusive na própria gama Duster.

O modelo conta agora com nova edição Extreme (ainda sem o novo logótipo), associada ao motor a gasolina de injeção direta turbo 1.3 TCe de 150 cv com caixa automática de dupla embraiagem (EDC de 6 velocidades). É uma variante mais musculada que ultrapassa o limite da velocidade máxima que a marca fixará em todos os automóveis a partir de 2023, nada menos do que 180 km/h.
Quase equivalente à variante 1.3 TCe de 130 cv (é o mesmo bloco de 4 cilindros desenvolvido pela Renault-Nissan e pela Daimler), a versão de 150 cv copia todo o enunciado tecnológico desta última, acrescentando mais potência e adotando a tal transmissão automática de dupla embraiagem.
A condução é mais intensa e a mecânica tem uma resposta linear, conjugada com a maior facilidade e conforto da transmissão, a qual não se atemoriza no pára-arranca do trânsito citadino, sem grandes hesitações ou solavancos nas respetivas passagens.
As transições são igualmente suaves e pouco notadas em estrada aberta, embora nas acelerações bruscas isso já não seja assim, verificando-se aí maior ruído e arrastamento, pelo que se exige ao condutor uma certa moderação. Numa condução normal tudo corre de feição e a caixa EDC tem uma atuação precisa e tranquila, apenas se alterando nas tais acelerações repentinas. É possível aceder a modo sequencial no seletor, não existindo patilhas no volante, mas essa função não deverá ser muito requisitada.

As prestações são superiores às da versão de 130 cv, embora o consumo nem sequer seja muito penalizado, até porque os valores anunciados são equivalentes: 6,3 l/100 km e 6,2 l/100 km, respetivamente. Ativado por tecla na consola, o modo ECO permite restringir o andamento e a maior pressão exercida no acelerador, ajudando a economizar.
O consumo médio assentará entre 6,2 l/100 km e 7,2 l/100 km, conforme o tipo de trajeto e a condução imposta. Registam-se melhores acelerações (9,7 segundos até 100 km/h) e retomas de velocidade mais rápidas do que no caso da versão de menor potência, sem que o motor de 4 cilindros seja muito audível.
A posição de condução está num plano elevado e é ampla, embora não haja muitas regulações, ao mesmo tempo que a ergonomia também podia ser mais satisfatória, apesar desta geração ter melhorado inúmeros aspetos.
A perceção da robustez do Duster está bem fundamentada, sendo possível apontar o habitual à-vontade na prática de todo-o-terreno, embora numa versão 4x2 isso não seja tão categórico, ainda assim sem se escusar a essas incursões, incluindo sistema de ajuda ao arranque em subida.
A suspensão não é brusca e a maior firmeza na ligação ao asfalto é dada pelos Continental Eco Contact6 (215/60 R17), sem que exista demasiado ruído de rolamento. A dinâmica é equilibrada, apesar da elevada altura ao solo (Classe 2 nas portagens, sem Via Verde), mesmo que a qualidade da condução não impressione, assim como as reações em curva, típicas de SUV.

O preço da versão Extreme inicia-se a partir dos 23.700 € e o equipamento de série é completo: bancos em pele e tecido, ar condicionado automático, ecrã tátil (8’’) com sistema de navegação, modo ECO e start-stop, reconhecimento de sinais de trânsito, volante em pele, cartão mãos-livres, sensores de parque e câmara à retaguarda (Multi-view), além de jantes em liga leve de 17’’ e pack Look exterior (grelha e retrovisores com detalhes em laranja, tonalidade que também se encontra nas saídas de ventilação, nas portas e na consola central).
Acresce barras de tejadilho longitudinais (Dark Metal), proteções dianteira e traseira cromadas, vidros laterais e óculo traseiro escurecidos, alerta de ângulo morto, assistência à travagem de urgência e luzes diurnas.
O Duster é o SUV mais vendido na Europa desde 2018, algo que a relação entre qualidade e preço poderá explicar, sendo previsível que a nova imagem da marca suscite ainda maior interesse. Falta agora uniformizar a gama para que não haja uma espécie de… identidade dupla.