A Hyundai lançou uma versão de tributo a Miguel Oliveira com uma série numerada de 88 unidades do i20 1.0 T-GDI. A edição é limitada, custa 21.905 €, e conta com equipamento exclusivo, além de um kit de oferta escolhido pelo piloto do MotoGP.
Na numerologia, o algarismo 8 tem vários significados, desde sorte a capacidade de superação, sucesso ou vitória, passando até pela ideia de renovação ou de equilíbrio cósmico. Com o 88, a dobrar, esse significado é ampliado e a Hyundai não perdeu a oportunidade de o associar à terceira geração do i20, numa versão dedicada ao piloto Miguel Oliveira de MotoGP, embaixador da marca há cerca de três anos.

Com ligação direta ao número do piloto português e com base no nível N-Line, a Hyundai construiu uma versão desenvolvida com a colaboração do próprio Miguel Oliveira, que escolheu, desde logo, o exclusivo Azul Intense para a cor da carroçaria (com teto a preto), a que se juntam alguns detalhes diferentes, tais como as riscas dinâmicas na traseira, a branco, as etiquetas laterais alusivas à identificação da versão, os centros das jantes com o número 88 e a dupla saída de escape.
No interior, na consola central, existe uma placa com o respetivo número de série da edição limitada (neste caso, com o 55), além de tapetes decorados, pedais em alumínio e bancos desportivos em tecido com o logótipo gravado nos apoios de cabeça.

A edição é completada com um kit de oferta (em caixa específica) que inclui uma réplica do capacete de Miguel Oliveira do GP Portugal de 2021, além de boné, caneca, t-shirt e porta-chaves personalizados.
A envolvência deste i20 conjuga-se ainda com a modulação exclusiva do som de escape, numa acústica mais grave e rouca a remeter para o ambiente da competição, não sendo possível sequer desligá-lo. Os decibéis são mais audíveis a baixa e média rotação, como que a marcar a presença do i20 na estrada, atenuando-se depois à medida que a velocidade aumenta e se passa para o modo mais desportivo (de Confort para Sport).
As prestações do bloco 1.0 T-GDI de 100 cv (injeção direta, turbo) estão em sintonia com o caráter especial da versão, algo que é visível no tato da condução, eficaz e quase empolgante, animado pela tal sonoridade do escape e com o red-line nas 6500 rpm, mesmo tendo em conta que se trata de um motor de três cilindros, cuja vibração não é exagerada.
A dinâmica é previsível – tudo se passa à frente nos momentos de maior tensão –, e a agilidade do i20 impressiona, inclusive a curvar, tendo reações rápidas e um excelente comportamento, a que se junta uma suspensão suficientemente firme e pneus Hankook Ventus Prime3 com as medidas 215/45 R17 (91V). Tudo bem ajustado.

A condução agrada e a sensação é a de que se está na presença de um pequeno desportivo no qual se pode confiar. Não há muitos utilitários compactos tão eficazes, sendo possível elogiar a capacidade da travagem (36 metros a partir de 100 km/h) e a resposta da direção, cuja assistência elétrica é adequada às exigências, apesar do maior peso na configuração Sport (e apenas isso), a qual também articula melhor as reduções de caixa com as rotações do motor – numa espécie de ponta-tacão artificial –, passando o painel de instrumentação (de 10,25’’) a ter uma tonalidade vermelha. O seletor da caixa manual de 6 velocidades é preciso e rápido a engrenar, sem que as relações se alonguem demasiado.
O consumo médio atinge um patamar entre 6,8 e 7,2 litros por cada 100 km, sendo este último o mais usual, mas, como é óbvio, é sempre possível elevar a fasquia perante o desempenho tão voluntarioso do bloco 1.0 T-GDI e as prestações que consegue alcançar. Por coincidência, a velocidade máxima anunciada atinge 188 km/h – mais uma vez, o algarismo 8 a dobrar.

Além dos detalhes específicos desta série limitada, a versão em causa está ainda muito bem equipada, até porque se trata de uma declinação construída a partir do nível N-Line. A lista do equipamento principal é completa, sendo possível destacar o ar condicionado automático, banco do condutor com ajuste em altura, volante em pele, chave inteligente com botão de ignição, cruise-control, alerta de faixa de rodagem e de arranque do veículo à frente, faróis LED com luzes diurnas, monitor central tátil de 8’’, painel de instrumentação digital, jantes em liga leve de 17’’, controlo de arranque em subida, sensores de parque à frente e atrás, câmara traseira, aviso de colisão dianteira, assistente automático de máximos e travagem autónoma de emergência, entre outros elementos.
Perante tais conteúdos, o preço de 21.905 € não aparenta ser elevado, embora haja alternativas mais acessíveis na gama com este mesmo motor 1.0 T-GDI. Por fim, para esta edição limitada, o número de série 88 está já reservado para o próprio Miguel Oliveira.