A BMW focou-se no dinamismo estético, na criação de mais (e mais…) personalizações e na essência digital que alimenta os mais recentes lançamentos para atualizar este SUV Coupé, o X4. E onde o Diesel de 6 cilindros e 286 cv ainda fica tão bem…
Desde o lançamento da primeira geração, em 2014, o BMW X4 já cativou cerca de 400 mil clientes, que preferiram a traça desportiva do SUV coupé face ao formato mais tradicional do X3. E, possivelmente, poucos saberiam que não é apenas o design que os diferencia, com a BMW a atribuir cunho dinâmico amplamente diferenciado entre os dois modelos – por exemplo, enquanto o X3 conta com versões de apenas tração traseira e até variante eletrificada híbrida Plug-In, o X4 fica-se por mecânicas tradicionais e sempre acompanhadas por sistema de tração integral xDrive.

A atual geração do X4, lançada em 2018, foi agora alvo de amplas atualizações que incidem na modernização da imagem, muito focada em pormenores e na atribuição de distintas proporções ao conjunto. Para tal contribuem as novas óticas (com as dianteiras 10 mm mais finas), a grelha dianteira de maiores dimensões com distinto acabamento de efeito em malha e ainda uma nova assinatura visual, agora a cargo de faróis dianteiros já com tecnologia LED adaptativa como parte do equipamento de série – em opção, iluminação laser, com alcance para até 650 metros.
A cor cinza Brooklyn metalizada de efeito mate da unidade testada é umas das novidades entre as personalizações possíveis de acompanhar a Versão Desportiva M, aqui presente sob a forma do completíssimo Pack M Plus, que inclui visual ainda mais povoado de pormenores desportivos (caso de para-choques, jantes, frisos interiores e exteriores, volante, etc.) ou suspensão de taragem específica. A unidade testada somava ainda jantes de 20’’ (com pneus 245/45 à frente e 275/40 atrás), os travões desportivos que agora podem surgir identificados com pinças a vermelho, frisos interiores de acabamento a imitar carbono, fantásticos (ergonómicos, confortáveis e envolventes) bancos de formato desportivo ou acabamentos galvanizados para diversos comandos e botões no interior.

Visual e ergonomicamente distinta é a consola central entre bancos que reúne uma mais pequena alavanca para a caixa de velocidades e uma nova disposição dos botões ligados à maioria das afinações dinâmicas, caso de ignição, modos de condução e botão rotativo do iDrive – que a BMW continua em não abdicar, não obstante a presença de sistema multimédia com monitor de funções táteis e até capaz de admitir (pouco práticos, diga-se…) comandos gestuais. A linha descendente do tejadilho intromete-se um pouco com a acessibilidade aos lugares traseiros.
Mais funcionalidades multimédia
A revolução ergonómica ficou também a cargo da introdução de novo e maior ecrã tátil para o iDrive, agora de 10,25’’, mas que na unidade testada se revela na versão topo de gama de 12,3’’, associada ao opcional Live Cockpit Professional que também inclui o painel de instrumentos digital – elementos que, quanto a nós, deveriam figurar como elementos de série em modelo deste segmento e preço.

Assim dotado e visualmente apurado, o interior do X4 proporciona não só a excelência de uma cuidada envolvência desportiva, como de uma elevada componente tecnológica e qualitativa, de interação facilitada pela ergonomia dos comandos, rapidez e fluidez do sistema operativo já de última geração e ainda pela qualidade gráfica de todos os elementos digitais e respetivas animações. As várias funções e ajustes disponíveis são facilmente alcançáveis, proporcionando o melhor aproveitamento das potencialidades técnicas, não apenas dedicadas para quem tenha tirado um curso de engenharia de software!
O sistema operativo contempla agora possibilidade de atualizações online, a navegação surge com informações sedeadas na cloud (o que permite uma atualização quase em tempo real relativamente às ocorrências de trânsito), o Assistente Pessoal a bordo tem agora capacidade para atuar sobre novas funcionalidades (como regular a climatização), a conectividade via smartphone surge já com a integração do sistema Alexa da Amazon, e o assistente de parqueamento soma agora a função de assistente de marcha-atrás – consegue reproduzir de forma autónoma, em marcha-atrás, os últimos 50 metros realizados para a frente, o que se mostra útil, por exemplo, para manobras em zonas mais apertadas.

Não menos impressionante é a interação com a mecânica 3.0 Diesel de 286 cv e 650 Nm de binário, de sonoridade possante sem ser incomodativa, de trato dócil e disponibilidade imediata no quotidiano e ainda um exemplo em saber manter uma atitude desportiva – várias valências inerentes à arquitetura de 6 cilindros em linha. Fruto da estreita colaboração entre a caixa de velocidades automática e a gestão de motricidade do sistema de tração integral xDrive, o X4 evolui de forma extremamente interativa com o condutor (sendo esta uma das principais diferenças face ao X3, também por o X4 contar com centro de gravidade mais baixo), sabendo bem disfarçar os mais de 2000 kg de peso. Seja em autoestrada, onde a estabilidade a velocidades elevadas é quase inabalável, seja em trâmites de superior exigência dinâmica com constantes apoios e transferências de massa, o X4 responde sempre com grande precisão direcional, com direção de peso bem calibrado e dianteira muito obediente. A gestão da tração sabe bem quando enviar mais potência para o eixo traseiro, o que também contribui para fazer do X4 xDrive30d um SUV realmente dinâmico. Mais dinâmico que confortável, com a suspensão desportiva a ser fonte de alguma rigidez suplementar nos maus pisos, mas em nada afetando a estabilidade e o conforto em autoestrada.
Embora sem versões PHEV na gama, o certo é que todas as motorizações do X4 são eletrificadas por sistema mild hybrid e rede de 48V, que ganha destaque por desligar o motor mesmo em andamento, quando entra em ação a função velejar – que na maioria das marcas apenas desacopla motor e transmissão, passando o motor a funcionar ao ralenti não existindo necessidade de aceleração. Resultado: consumo médio que facilmente poderá ficar em torno dos 8 l/100 km, valor interessante face ao peso, performances e capacidade da mecânica.
Preço da unidade testada: 107.236 €
Principais opcionais da unidade testada:
Pack M Plus – 8150 €
Jantes de 20’’ – 2570 €
Vidros com proteção acústica – 210 €
Travões M com pinças vermelhas – 730 €
Teto de abrir panorâmico – 1560 €
Painel de instrumentos em Sensatec – 680 €
Frisos interiores M “Carbon Fibre” – 880 €
Bancos desportivos M – 1030 €