Desde o início deste ano, o lítio, o cobalto e o cobre registaram uma queda de preços nos mercados internacionais, de acordo com a agência Benchmark Minerals, pelo que o custo das baterias para os automóveis elétricos poderá beneficiar dessa situação.

São componentes muito importantes na produção das baterias – e dos elementos mais caros –, pelo que a atual descida de 20% no valor do lítio e de 18% do cobre, enquanto o cobalto baixou cerca de 50%, podem ter um efeito favorável na cadeia de valor dos automóveis 100% elétricos, precisamente num momento em que a procura se intensifica.

Este cenário de diminuição dos preços das matérias-primas poderá mesmo alterar as previsões de vários analistas do setor, que apontavam uma subida ou a permanência dos custos. Neste sentido, tem sido mais fácil aos construtores baixarem os preços finais dos modelos – como fez a Tesla, por exemplo –, mesmo que alguns tenham optado por alargar as margens de lucro.

Alguns especialistas indicam que o preço do lítio, por exemplo, poderá continuar a descer, mesmo que o negócio de extração e mineração continue a prosperar e o valor se mantenha muito elevado. A procura tem sido mais fraca do que o esperado na Europa e na China devido ao abrandamento das vendas (menos programas de apoio à aquisição de veículos elétricos, entre outros fatores), mas a oferta também aumentou devido à abertura de mais minas e unidades de processamento.

Os governos de vários países estão igualmente a contribuir com diversos apoios para projetos de extração de lítio, o que deverá resultar num aumento da produção e, por consequência, na queda dos preços. O fornecimento de lítio em temos globais precisará de aumentar 42 vezes até 2050 para que seja possível colmatar as necessidades estimadas pela indústria automóvel.