Ninguém é indiferente ao ID. Buzz, o renascido 'Pão de Forma' da Volkswagen, agora elétrico para o futuro próximo. Conduzimo-lo e explorámos o seu imenso interior, luminoso e jovial.
A VW já admite ter de duplicar a produção do ID. Buzz na fábrica de Hannover, na Alemanha (de 100 para 200 unidades por dia), tendo em conta o impacto que o renascido 'Pão de Forma' está a ter nos vários mercados.
Em Portugal, por exemplo, as 20 unidades First Edition (desde 66.500 €) destinadas ao nosso país na primeira fase de comercialização, em outubro, esgotaram num ápice em pré-venda 'online', revelando que o formato do modelo revivalista, inspirado no lendário Transporter (T1) dos anos 50, está a (re)conquistar corações, como se percebe até pela reação de quem o vê pela primeira vez.
Notámo-lo na Dinamarca – onde conduzimos a versão de passageiros (5 lugares, Pro). Esse impacto provocado pelo design exterior do automóvel estende-se ao habitáculo, luminoso e jovial, com acesso fácil e prático aos lugares posteriores através de duas amplas portas laterais com acionamento elétrico. O espaço é generoso para passageiros e carga, ao mesmo tempo que a qualidade de construção é satisfatória. O contraste bicolor nos forros dos bancos, painéis das portas, tablier e na consola domina o ambiente estético, ainda sublinhado pela dimensão do monitor tátil (de 10'' ou 12'', consoante o nível de equipamento) que centraliza as funções de bordo e de entretenimento/navegação com 'software' avançado.
Já o painel de instrumentação tem dimensões reduzidas (5,3''), integrando apenas as informações mais essenciais, enquanto o volante (nalguns casos em branco) é o mesmo dos demais modelos da gama ID. Realce-se a posição de condução elevada, a privilegiar a visão panorâmica para a estrada, beneficiada pela enorme área envidraçada.
O motor elétrico debita 204 cv e 310 Nm e a bateria de 82 kW/h de capacidade assegura uma autonomia superior a 400 km (WLTP). A plataforma MEB do grupo VW para veículos elétricos permite a aplicação de inúmeras assistências à condução, algo que o ID. Buzz não descarta, apontando-se o inovador sistema de ajuda automática ao estacionamento (opção), capaz de memorizar-gravar as manobras dos últimos 50 metros antes de se estacionar, repetindo depois essa ação de forma completamente automática (abaixo dos 40 km/h), sem intervenção do condutor, embora este tenha de escrutinar o processo por etapas no ecrã de bordo. Numa demonstração-teste (instrutor a bordo), a operação foi concluída com êxito à terceira tentativa, mas com alguns 'erros' admissíveis nas anteriores.
O novo ID. Buzz exibe baixo ruído de rolamento e de penetração ao vento (coeficiente aerodinâmico de 0,28) e o diâmetro de viragem também é reduzido (11 metros), pelo que a condução é fácil, permitindo manobrar com enorme à vontade em cidade, e isto apesar das grandes dimensões (4,7 metros de comprimento). Devido ao formato de monovolume, o ID.Buzz não escapa à enviesada taxação (Classe 2) das portagens nacionais.
Em estrada é predominante o conforto da suspensão e das ligações ao solo (jantes de 18'', 19'', 20'' e até 21'', estas útimas opcionais), embora a assistência elétrica da direção pudesse ser mais precisa/informativa, por vezes a devolver um esforço inusitado a baixa velocidade. Nada de mais.
A dinâmica é previsível e equilibrada, apesar do elevado lastro que projeta o consumo médio para valores próximos de 20 kWh/100 km, enquanto a velocidade máxima está limitada a 145 km/h, embora a entrega de potência/binário seja imediata, sem hesitações. Prova superada!
A gama já está disponível em Portugal com preços desde 61.000 € para a variante 'standard' (Pro) de 5 lugares (bateria de 77 kWh, 204 cv). Mais tarde, haverá uma versão com bateria de 52 kWh (170 cv), assim como a GTX com dois motores elétricos (4x4, de 340 cv) e bateria de 84 ou 91 kWh.