Para mais vendas, prioridade aos compactos, incluindo os SUV, e à eletrificação. Este Arkana E-Tech Híbrido é a primeira expressão da mudança de era na marca
O lançamento do Arkana preenche pré-requisito inscrito no programa de reorientação da gama da Renault preconizado pelo diretor novo da marca, Luca De Meo. O italiano, que passou pela empresa antes de protagonizar carreira de sucesso no consórcio VW, nomeadamente na Seat, que recolocou sobre os carris (leia-se produzir cada vez mais automóveis e ganhar dinheiro), decidiu privilegiar os investimentos nos compactos. O segmento médio-inferior (C) representa quase 40% das vendas.

O sucesso da empreitada depende do cumprimento de missão ambiciosa. Até 2025, a marca do losango planeia 14 automóveis novos, com nada menos de sete compactos! E o primeiro é o Arkana, que tem a particularidade de basear-se na mesma arquitetura técnica de Clio ou Captur (CMF-B) – privilegiaram-na à CMF-C/D, o que aconteceu pela primeira vez no consórcio, por tratar-se de plataforma mais barata e muito modular. E prova-o a hipótese de extensão da distância entre eixos para 2,720 m.
O recurso a esta plataforma tem mão cheia de impactos positivos – encontramo-los na habitabilidade, na capacidade da bagageira (513 litros nas versões TCe, 480 na E-Tech), que é muito semelhante à do Kadjar, e até no comportamento do automóvel novo, por beneficiar a agilidade e a precisão. Adicionalmente, para o Arkana, a CMF-B apresenta-se dotada de uma arquitetura eletrónica mais moderna, para a adoção de assistências à condução e tecnologias de conectividade muito sofisticadas.

No Arkana, percebemo-lo pelo desenho, mais forma, menos função, mas a arquitetura SUV-Coupé da carroçaria não limita o sentido prático do automóvel, nomeadamente a liberdade de movimentos no interior. Assim, democratiza-se o formato desportivo que a BMW estreou no X6, antes de Audi e Mercedes criarem interpretações próprias.
Gama sem Diesel
A perda de popularidade dos motores a gasóleo na Europa reflete-se na gama Arkana, sem Diesel. Em contrapartida, duas mecânicas a gasolina com 4 cilindros, de 1,3 litros, ambas eletrificadas com sistemas de 12V. A tecnologia substitui o alternador e motor de arranque por máquina integrada no módulo da caixa automática de 7 velocidades, de embraiagem dupla, que melhora o funcionamento do Start-Stop. O sistema garante uma redução de 8,5% nas emissões de CO2.

No topo de gama E-Tech híbrido, mecânica de 4 cilindros e 1,6 litros a gasolina apoiada por dois motores elétricos alimentados por bateria com 1,2 kWh de capacidade e caixa automática. Tratando-se de híbrido do tipo HEV e não PHEV (Plug-In), não há qualquer número para a autonomia do modo de condução EV, mas 80% dos percursos citadinos cumprem-se com a unidade térmica parada, à velocidade máxima de 75 km/h. A marca francesa, para esta versão, anuncia 172 km/h, 0-100 km/h em 10,8 s e consumo médio de 4,9 l/100 km.
O sistema híbrido do Arkana tem caixa automática multimodo. Deslocando-se o seletor para a posição B, maior capacidade de recuperação de energia durante desacelerações e travagens, mais quilómetros de condução elétrica. No monitor de 7’’ do sistema Easy Link e em botão abaixo do ecrã do equipamento multimédia, comando do Multi-Sense para seleção de três modos de ação: My Sense, Eco e Sport. A instrumentação também é digital.
Arkana TCe (140 cv) desde 31.600 € e E-Tech Híbrido (145 cv) a partir de 35.200 €.